quarta-feira, 2 de março de 2011

É uma foto, dá uma história, II.




Naquele dia ela sentia a coragem tocar sua pele tão forte quanto às lufadas de vento que golpeavam suas costas com força, fazendo seus cabelos serem projetados para frente, para os lados e para cima, como se algo invisível estivesse raivoso com o quanto cada mecha é bela e sedosa. Ana Lee sente-se cansada, mas ver aquela paisagem lhe dá novas forças, estava num lugar alto, um terraço do prédio em que sua avó morava sozinha com os gatos e com ela há cerca de sete anos. Ali não havia pelos, nem miados e nem aquele maldito cheiro que invadia seu quarto, trancado a sete chaves ou viraria território deles também. Ela mal podia ver o sol posto ali além do horizonte, escondendo-se atrás daquela linha que parecia não ter um fim certo, ela apenas expandia-se e nada mais. Era o vermelho misturando-se ao amarelo e dando entrada para o preto do manto da noite, e o vento continua a bater contra suas costas, talvez, anunciando uma tempestade pela madrugada, mas a garota não ia saber de sua possível chegada, seus pés tocavam a beirada de proteção que a afastava do perigo iminente, da morte e a levava para mais perto da uma nova vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário